quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Eu e uns escritos da vida


Não sou escritora nem articulista, muito menos cronista, poeta? Dá vontade de rir. Escrevo tão somente porque gosto de escrever. Escrevo porque me dá prazer. Escrevo porque papel e “Word” são companheiros que nunca abandonam. Escrevo para dar transpiro a alma, quem sabe nesse movimento, algo evapora e exala qualquer coisa boa ao coração de quem vier a ler.

Deixo bem claro: não escrevo para ser lida ou para agradar, quem quiser, seja bem vindo. Escrevo para mim mesma. Egoísmo? Não. É tão bom depois de um tempo reler o que escrevi, acaba por recontar a minha história de uma forma tão direta, concreta e pessoal. Não abro mão disso.

Passei muito tempo da vida eclipsando conversas, preferindo escrever. Descobri o olho no olho e escrever só para recordar o diálogo. Nesse mesmo tempo, passava bilhetes na aula. Opa bilhetes não, verdadeiras folhas de papel no qual mais de 5 pessoas se comunicavam ao mesmo tempo. Dá saudade.

A redação do vestibular era para ser um prazer, mas se torna uma tortura. Ser obrigada a encaixar o que me vem na mente numa fôrma é terrível: máximo e mínimo de linhas, quantidade de parágrafos, introdução, desenvolvimento, conclusão, propostade intervenção, divisão mais ou menos equitativa das linhas nos parágrafos, socorro! Tem que ser assim, se quiser lograr êxito...

Vez por outra me aparece um verso, inspiração do viver. Anoto ou repito mentalmente, depois se vai da mesma forma que chegou: sem avisar.

E assim vou escrevendo, vou deixando por aí pedacinhos de mim. Quem sabe um dia eu junte tudo e me remonte quando estiver em pedaços pois, escrever sim me faz completa.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eu e umas saudades infantis


Começo logo dizendo que tenho saudade, mas essa não é de alguém, se não de mim mesma. É tenho mesmo saudades de mim. Refiro-me àquele tempo que cada um teve na vida, o tempo da infância e suas maravilhas. Bom era ser assim. Ser adulto dá muito trabalho e por isso tenho saudades:

Saudades de dizer o que vem na cabeça e deixar que a mãe sinta vergonha - adulto tem pensar demais para falar se quiser se conhecido como prudente ou responsável.

Saudades de só querer perto quem eu gosto, sem medo de dizer: “você é chata!” – adultos não podem fazer isso: têm que conviver com quem não quer ou mesmo ser sempre agradável.

Saudade de achar que todos me querem bem e que vão me cuidar - os adultos sabem que não é bem assim e por isso vivem sob vigilância, desconfiando de todos.

Saudades de achar que os amigos são nossos companheiros leais, que são para sempre - adultos sabem que os amigos podem trocar anos de amizade por alguma coisa que lhes seja interessante, portanto amizade não é para sempre.

Saudades de ser ingênua e fazer brotar nos outros um sorriso que surge quando se responde a alguma coisa dessa forma - adulto não pode ser ingênuo, caso contrário sofrerá chacotas, passará a imagem de bobão e será enganado.

Também tenho saudades dos meus amigos imaginários e de achar que esse era o maior segredo da minha vida - os adultos tem muitos segredos e mistérios, não podem ter amigos imaginários pois tem que ser objetivo ou então isso é esquizofrenia.

Tenho saudades de achar que o sucesso na vida era tirar notas boas e fazer minha família se orgulhar de mim por isso - adultos precisam ter o melhor emprego, o melhor salário, a melhor casa e talvez ainda não consigam deixar a família orgulhosa.

Saudades tenho de achar que cada dia eu poderia ter uma profissão diferente e que seria feliz em qualquer uma delas - adultos sabem que a profissão que faz feliz é aquela que faz ganhar dinheiro, também sabem que certas ocupações são difíceis de alcançar porque tem uma concorrência a se vencer.

Saudades também de sonhar conhecer as pirâmides do Egito, a muralha da China, o Coliseu, ser mãe, titia - adultos sabem que para tudo isso uma só coisa é preciso: dinheiro.

Uma última saudade, não menos importante: saudades de chamar Deus de Papai do Céu e Maria de Mãezinha do Céu - adultos acham que religião é uma fraqueza ou que por ser adulto não se pode chamar Deus e Maria daquela forma.

Quer saber mais porque tenho essas saudades? Ser adulto gasta muita energia, muita alma, muita fala, muito sonho, muito espírito. Ser adulto é pouco simples e nenhum pouco prático. Não é à toa que os adultos estão doentes e transmitem essa doença às crianças, já que agora elas têm que ser as melhores da sala, do futebol, do inglês, o (a) mais bonito(a), inteligente, rebolar como um adulto e imitá-los ao máximo. Por favor adultos, larguem de serem pirralhas e deixem às crianças o direito de quando adultas sentirem também essas mesmas saudades infantis.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Fé e conversão

Para retomar esse blog que já tantas vezes foi construído e desconstruído, posto uma reflexão geranda ontem quando eu lia o evangelho do dia. Novo nome ao blog e novo direcionamento também, afinal o que Deus nos dá não é para outra coisa, se não ajudar ao outro e, principalmente, a nós mesmos.

Evangelho de Mateus, 9, 28-29.
"Jesus chegou em casa e os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou: - Vocês acreditam que eu posso fazer isso?  Eles responderam:
- Sim, Senhor.  Então Jesus tocou os olhos deles dizendo:
- Que aconteça conforme vocês acreditaram. E os olhos deles se abriram."

Essa pequena passagem do evangelho nos revela alguns tesouros escondidos. Jesus sempre coloca como condição para que o milagre se faça a fé, mas no texto acima ele não diz a tua fé te curou e sim "que aconteça conforme vocês acreditaram". Ou seja, se ele acreditassem que Jesus poderia melhorar a visão, assim teria sido feito. Se um tivesse fé para deixar de cego e o outro, o primeiro ficaria curado e o outro. Parace lógico isso não é?! Pois bem, quero refletir para além do texto, vamos colocar essa passagem em nossa vida. A condição exigida, como vimos, é a fé, portanto, já cabe uma pergunta: A nossa fé tem nos conduzido a algum milagre? É importante destacar milagre não é só a recuperação da vista ou algo desse tipo, o maior milagre que a nossa fé pode realizar é a nossa própria conversão. Então, reformulando: A nossa fé tem nos conduzido a conversão? Novamente destaco outro ponto, que não se entenda como conversar apenas o fato de se encontrar com Jesus, ou como dizem os protestantes, aceitar Jesus. Conversão é transformar o homem-velho e a mulher-velha a cada dia um pouco mais imagem e semelhança de Jesus. Reformulando novamente: a nossa fé tem nos conduzido a ser mais parecidos com Jesus? Se a nossa fé é pequena e imatura, nos limitamos Deus, afinal Ele precisa de nosso sim, que a fé, para realizar o que Ele deseja. Veja que Jesus, o Filho de Deus, entregou-se e olha o que foi realizado! Não existe receita pronta para sermos mais parecidos com Jesus, mas se cabe alguma pista está naquela música que diz:
Amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, sonhar como Jesus sonhou, viver o que Jesus viveu, sorrir como Jesus sorria, sentir como Jesus sentia...
Desejo a todos que nunca tenham vergonha de ser parecidos com Ele, pois quando chegar ao fim do dia eu sei que eu morreria muito mais feliz!